domingo, 21 de dezembro de 2008

pessoas são complicadas demais

Estou cansado demais pra descrever, triste demais pra explicar.
Provavelmente causaria cicatrizes mais fundas, lembraria de fatos mais sórdidos, sentiria mais raiva.
O nó no estomago já está desfazendo, a visão já não está tão turva, e o mundo não para pra que eu pule fora ou conserte as coisas com calma.
E o pior é que num dia como hoje, nem dormir eu posso pro tempo correr mais depressa.

confissão...

...de um domingo quente e trabalhoso:

Às vezes tenho vontade de ser uma pessoa mais ácida e malvada do que de costume, ou do tolerável. Isso está diretamente relacionado a períodos chatos de atividades maçantes e repetitivas que, na verdade, deveriam ser de descanso e diversão.

Nestes dias, (quase) não sei bem porque,  gostaria de ser um dos "vilões" deste roteiro chamado de vida.

sobre relacionamentos...

Diálogo entre Sheldon e Penny:

s: -Podemos considerar o gato de Schrödinger.
p: - ...
s: -Em 1935, Erwin Schrödinger, ao tentar explicar a interpretação de Copenhague da Física Quántica, propôs um experimento em que um gato é colocado em uma caixa com um recipíente de veneno, que se quebraria em um momento aleatório. Já que ninguém sabe quando o veneno será liberado, até que a caixa seja aberta, o gato pode ser considerado tanto vivo quanto morto.
p: - Me desculpe, mas não entendi...
s: - Assim como o gato de Schrödinger, o seu possível relacionamento com o Leonard, neste momento, pode ser considerado tão bom quanto mau. Você só vai descobrir ao abrir a caixa.

A física realmente explica quase tudo. Achei engraçado, melhor vendo: tirado de big bang theory

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

pequenas pérolas [5]

*para preencher os vazios de dias muito cheios

"Fique de vez em quando sozinho, senão você será submergido. Até o amor excessivo dos outros pode submergir uma pessoa."

Clarice Lispector - De corpo inteiro

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

ausência intencional

Quase uma semana calado. Sim, minha culpa. Nada grave, nada anormal, apenas uma preguiça descomunal e invencível. Todas aquelas noites em claro lendo, escrevendo, projetando, desenhando, cobraram seu preço. Não que as idéias não surgissem e se desenvolvessem na minha cabeça, mas a moleza e o cansaço eram tamanhos, que não escrevi, sequer lembro o que era. Meus sentimentos e motivações estão estranhos. Sinto como se a vida parasse de repente e nada mais pudesse ser feito. Tenho pensado em muitas coisas. Tenho pensado na morte. Culpa de Virgínia, que me toca de um jeito estranho em suas reflexões perdidas do Mrs. Dalloway. Ainda não acabei o livro. Falta pouco. Mais uma culpa da minha preguiça. Mais uma culpa minha. Estou sentindo meus textos fluidos. Caóticos, mas fluidos. Posso divisar meu passado com muita facilidade, posso divisar o presente, a percepção estranha na rua, as idéias bizarras que me ocorrem e correm e fogem para onde não posso vê-las. Onde os outros não possam vê-las. Tenho me notado muito diferente do que eu mesmo imaginei. A idade avança e me surpreendo. Às vezes fico chocado. Talvez devesse ter vivido a vida de uma maneira diversa. Fui covarde com algumas coisas. Acomodado com outras. Hoje consigo viver maluquices na minha cabeça. Mas ainda só na minha cabeça. O curioso é que depois de todos aqueles desabafos sobre a vontade de não ser eu mesmo e de ser outra pessoa não me mostraram que talvez eu não fosse exatamente daquele jeito. Não sou assim, sou múltiplo. Desfocado. Palavrinha linda. Nem lembro de onde a copiei. Nem lembro se na época eu estava ou não atrás de definição. Talvez sim, sempre estamos. Então alguém me disse, ou vi num filme, ou li num livro, e me identifiquei. Me vi refletido no significado. Ando procurando outros significados. Meus dias tem sido bons, diferentes. As pessoas a minha volta têm se mostrado especiais. E eu, louco. Completamente surtado. Acho que pra me livrar desse cansaço preciso de um pouco de isolamento, de solidão, de desconexão. Estranho este mundo moderno onde as necessidades que nós mesmos criamos nos prejudicam, nos fazem adoecer. E eu aqui, divagando sobre o que pouco interessa ao mundo, e você ali, lendo, se é que há alguém, e no mínimo se perguntando porque eu ainda estou solto, insano desse jeito, neste mundo perdido de hoje. Não sei. Só sei que foi assim.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

pequenas pérolas [4]

*para preencher os vazios de dias muito cheios

"A amizade é uma espécie de amor que nunca morre"

Mário Quintana - Porta Giratória

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

conspiração

O universo conspira contra mim.
e o dia nem parecia ruim,
apenas morno,
sem sal.

Mas eis que no cair da noite
vêm problemas,
discuções,
decepções,
espanto!

Que fazer quando a vida cobra
por aquilo que sequer levamos dela?

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

pequenas pérolas [3]

*para preencher os vazios de dias muito cheios
**recomendo ler como poesia, espacei onde as pausas de efeito se fizerem necessárias.
***visto assim pela primeira vez em um sarau livre. Graças ao Leonardo Marques  (sem links pra publicar)

Chora,
disfarça e chora

Aproveita a voz do lamento
Que já vem a aurora

A pessoa que tanto queria
Antes mesmo de raiar o dia
Deixou o ensaio
por outra

Oh! triste senhora

Disfarça
e chora

Todo o pranto tem hora
E eu vejo seu pranto cair
No momento mais certo

Olhar, gostar só de longe
Não faz ninguém chegar perto
E o seu pranto
oh! Triste senhora
Vai molhar o deserto

Disfarça e chora


Cartola - Disfarça e Chora

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

conselhos

Eu sei que você esteve distante e chorou e sofreu e que talvez a vida pareça agora madrasta. Tuas paixões e teus sentimentos parecem todos confusos e nada do que tu realmente queres acontece conforme planejado. Também sei que não preciso te falar que a vida é assim. As coisas sempre acontecem de uma maneira diferente da que desejamos e te dizer tudo isso só iria doer mais e mais e te deixar infeliz. O universo tem um ritmo próprio e ele nunca se ajusta ao passo de cada um de nós. Quanto mais diferente somos dos outros que perambulam por aí, mais facilmente nos taxariam de loucos ou depressivos. De sonhadores. Já ouvi dizerem que tu não sabes nada da vida, que teu jeito de lidar com os outros e esperar pelo melhor das pessoas te faz quebrar a cara a cada dia. Essa tua necessidade pela compreensão alheia, simulando um entendimento do outro que nem sempre é real, às vezes me parece hipócrita. Noutras me gera um desconforto no peito, uma vontade de te tomar no colo e te consolar e dizer pra parar de se angustiar desse jeito. Precisas mudar tudo. Fazer o teu próprio mundo e viver aquilo que gostarias já. A vida só depende de nós mesmos e apesar de parecer bem menos poético, ela é muito mais simples do que parece. Não, nem tudo é poesia, ou prosa. No dia-a-dia somos mais carne, mais lágrima, mais desejo, mais medo. Somos capazes de atos mesquinhos, vis. Eu sei que hoje e ontem, e em toda a última semana, tua ira esteve ali, percorrendo a superfície. Pude sentir no timbre da tua voz. Pude sentir naqueles instantes de silêncio onde o tempo quase pára e o momento interminável se quebra com um sorriso amarelo. Então teus olhos profundos entregam que nenhuma das histórias engraçadas que contas refletem o que está por trás. Até quando continuarás levando a vida assim? Até quando essa espera que relega tua própria felicidade ao acaso? Ao destino? A quem não veio? Deita e descansa tua cabeça. Dorme até as lagrimas secarem e o sofrimento ser esquecido. Não, não vai demorar tanto. Apesar de frágil o coração da gente remenda fácil. Sempre foi assim. Quem sabe num outro dia eu possa falar contigo novamente de todas essas amenidades sem o sorriso amarelo, sem o silêncio que constrange. Quem sabe esse conselho que te dou, e que certamente interpretará como crítica, um dia sairá dos teus lábios pra consolar meu coração em pedaços. Então vai ser reconfortante ouvir tudo isso dito por ti.

Das vantagens de ser bobo

"O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir e tocar o mundo. O bobo é capaz de ficar sentado quase sem se mexer por duas horas. Se perguntado por que não faz alguma coisa, responde: "Estou fazendo. Estou pensando."

Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os espertos só se lembram de sair por meio da esperteza, e o bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem a idéia.

O bobo tem oportunidade de ver coisas que os espertos não vêem. Os espertos estão sempre tão atentos às espertezas alheias que se descontraem diante dos bobos, e estes os vêem como simples pessoas humanas. O bobo ganha utilidade e sabedoria para viver. O bobo nunca parece ter tido vez. No entanto, muitas vezes, o bobo é um Dostoievski.

Há desvantagem, obviamente. Uma boba, por exemplo, confiou na palavra de um desconhecido para a compra de um ar refrigerado de segunda mão: ele disse que o aparelho era novo, praticamente sem uso porque se mudara para a Gávea onde é fresco. Vai a boba e compra o aparelho sem vê-lo sequer. Resultado: não funciona. Chamado um técnico, a opinião deste era de que o aparelho estava tão estragado que o conserto seria caríssimo: mais valia comprar outro. Mas, em contrapartida, a vantagem de ser bobo é ter boa-fé, não desconfiar, e portanto estar tranqüilo. Enquanto o esperto não dorme à noite com medo de ser ludibriado. O esperto vence com úlcera no estômago. O bobo não percebe que venceu.

Aviso: não confundir bobos com burros. Desvantagem: pode receber uma punhalada de quem menos espera. É uma das tristezas que o bobo não prevê. César terminou dizendo a célebre frase: "Até tu, Brutus?"

Bobo não reclama. Em compensação, como exclama!

Os bobos, com todas as suas palhaçadas, devem estar todos no céu. Se Cristo tivesse sido esperto não teria morrido na cruz.

O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos. Ser bobo é uma criatividade e, como toda criação, é difícil. Por isso é que os espertos não conseguem passar por bobos. Os espertos ganham dos outros. Em compensação os bobos ganham a vida. Bem-aventurados os bobos porque sabem sem que ninguém desconfie. Aliás não se importam que saibam que eles sabem.

Há lugares que facilitam mais as pessoas serem bobas (não confundir bobo com burro, com tolo, com fútil). Minas Gerais, por exemplo, facilita ser bobo. Ah, quantos perdem por não nascer em Minas!

Bobo é Chagall, que põe vaca no espaço, voando por cima das casas. É quase impossível evitar excesso de amor que o bobo provoca. É que só o bobo é capaz de excesso de amor. E só o amor faz o bobo."


Clarice Lispector

sábado, 29 de novembro de 2008

pequena pérolas [2]

*para preencher os vazios de dias muito cheios

"Amor não resiste a tudo, não. Amor é jardim. Amor enche de erva daninha. Amizade também, todas as formas de amor."

Caio Fernando Abreu - Carta a Jaqueline Cantore

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

inusitado

Hoje estou no inusitado.
Fiquei tempo demais acordado.
Fui muito longe.
Trabalhei demais.
Me separei do resto do mundo.
Dormir pouco me deixa elétrico.
Desliga certos campos da minha cabeça.
Liga outros.
É como captar estática.
E ouvir uma voz mascarada
lá de longe.

E o mais curioso:
Não sei se quero desligar.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

pequenas pérolas [1]

* pra preencher os vazios de dias muito cheios

"É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo."

Clarice Lispector - Perto do coração selvagem

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Vida

Sinto que a vida não me cabe.
ou melhor, que eu não caibo na minha vida.

Hoje revelaram-me:
Sou hiperativo
E bipolar
Apesar de estar subindo
na montanha russa das emoções
a qualquer hora vêm a decida
e a combinação é explosiva!

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

(desalmadamente)

Nada transmite melhor a nossa adequação à vida que uma gargalhada sonora e bem colocada, uma gargalhada capaz de encher um grande salão excessivamente mobilado. Rir abertamente e com a cabeça ligeiramente inclinada para trás é confiança, força de caráter (seja lá isso o que for), segurança e coragem para enfrentar as adversidades da vida. Além do mais, andam por aí alguns médicos e outros curandeiros a afirmar que rir faz imensamente bem à saúde. Isto para dizer que, se acho muito bem que as pessoas riam desalmadamente sempre que tenham motivos para o fazer, ainda acho melhor que riam (desalmadamente) quando esses motivos não existem.

.:*:.

ô verdade verdadeira...
Vamos rir pra não chorar
(tirado do agrafo)

Oscar Wilde

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

irremediável

Chegou ao edifício lembrando-se mais uma vez das tantas distrações que um único dia era capaz de representar na sua vida. Não tinha foco, não tinha um caminho definido para trilhar, e ainda que para si próprio o caminho fosse mais importante do que o destino, via todos os destinos se afastarem rápido demais. Era frustrante não chegar a lugar nenhum. Era frustrante perder-se em atalhos que encompridavam a caminhada, e por mais belos e floreados que fossem traziam um sentimento de insegurança e inutilidade que ele desconhecera até então. Um sentimento de solidão. Solitudine. Loneliness. Cansaço. Estava cansando de seguir sempre adiante e de, na verdade, avançar muito pouco. Sentia o tempo escorrer pelos dedos, e nisso estava completamente sozinho no mundo. Os amigos meneavam a cabeça, faziam olhares de compreensão, mas no fundo, nas entranhas da sua alma obscura, tinha a certeza de que o faziam apenas por simpatia. Tinha essa capacidade de conquistar a simpatia alheia, e sofria com a incapacidade dos outros de ver o mundo à sua maneira. Soubera de uma ou duas pessoas como ele, mas eram poucos, solitários, depressivos, infelizes, muitos já haviam partido deste mundo, restavam apenas recordações escritas. E isto era insuficiente para consolá-lo. Tinha vontade de gritar. Não conseguia controlar os pensamentos que vinham e iam, as vozes, as imagens. Queria dar um fim a tudo isso, mas não sabia como, não conhecia mais uma vez o caminho, a saída. Não podia levar a vida assim, ignorar tudo, rir das desgraças. Invejava as outras pessoas em sua rotina tão certa, tão justa, tão merecida. E para ele os dias passavam vazios demais, velozes demais, e todo aquele consolo de que amanhã tudo recomeçaria, amanhã o sol brilharia novamente e várias tristezas ficariam perdidas no tempo que passou, se tornava mais e mais vazio. Já estava na hora de partir. E mais uma vez olhava para trás e não conseguia ver a utilidade de sua vida. Talvez fosse prepotência achar que tinha um papel no mundo. Quanta audácia. Deixava mais uma vez o edifício pra trás. Seguia a passos largos para casa. Esses passos largos que ajudavam a cabeça a não pensar em tudo isso. O vento forte que passaria por seus cabelos, seus dedos, pela palma rígida da sua mão aberta, em riste, esperando sentir esse contato com o mundo. E talvez só assim esquecer todos os sentimentos tristes que vinha ruminando ao longo do dia. Ao longo da vida. Esquecer, mas não superar. E viver com a sensação que, salvo poucas exceções, somente nestes pequenos momentos de passos largos, musica nos ouvidos e vento no rosto, conseguia se sentir esplendidamente feliz.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

dia ruim

me sinto tão cansado agora
que o dia parece ter sido péssimo
carregado
mas nem foi assim
tão trágico
coisas boas pela manhã
no almoço
durante a tarde

então porque meu corpo dói
e a vontade me abandona?

as vezes é melhor dormir cedo
pra ter vontade de acordar.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

personagens

Idéias pipocando aqui. Vi muitas coisas ultimamente. Muitas pessoas. Muitos comportamentos. Junte a isso os livros diversos, blogs, pedaços de descrições e comentários e avisos e recados, enfim, colagens de diversas partes, e temos quase um frankestein.

Tenho vontade de voltar a escrever.

Apesar de nunca ter abandonado completamente, ainda precisaria de uma volta.

Criar alguns personagens, desenterrar histórias, tramas, dramas, complexos, dores.

Será que ainda seria capaz de dar vida, cor e realidade, a alguns esboços no papel?

bilhete de despedida

"Querido,
Tenho certeza de estar ficando louca novamente. Sinto que não conseguiremos passar por novos tempos difíceis. E não quero revivê-los. Começo a escutar vozes e não consigo me concentrar. Portanto, estou fazendo o que me parece ser o melhor a se fazer. Você me deu muitas possibilidades de ser feliz. Você esteve presente como nenhum outro. Não creio que duas pessoas possam ser felizes convivendo com esta doença terrível. Não posso mais lutar. Sei que estarei tirando um peso de suas costas, pois, sem mim, você poderá trabalhar. E você vai, eu sei. Você vê, não consigo sequer escrever. Nem ler. Enfim, o que quero dizer é que depositei em você toda minha felicidade. Você sempre foi paciente comigo e incrivelmente bom. Eu queria dizer isto - todos sabem. Se alguém pudesse me salvar, este alguém seria você. Tudo se foi para mim mas o que ficará é a certeza da sua bondade. Não posso atrapalhar sua vida. Não mais. Não acredito que duas pessoas poderiam ter sido tão felizes quanto nós fomos.V."

Virgínia Woolf

.:*:.

Macabro, mas admirável.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

diálogos de uma tarde sonolenta [2]

f: tu és igual ao meu pai, fica implicando o tempo todo...
t: mas eu só faço isso com quem eu gosto...
f:  eu sei, por isso que nunca te bati.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Olhares

da  cor da guanabara
tristes, caídos
de ressaca

verde cristalino
das fontes paradisíacas
limpidos, ingênuos

mar azul profundo
que nos arrasta
nos afoga

cor de água marinha
quase transparentes
rasos ou não

castanhos
da cor da tempestade
numa tarde de verão

negros e fúlgidos
ternos , lijeiros
de sabiá

de âmbar
que nos aprisiona
como insetos

janelas da alma
espelhos
sempre em busca de um outro olhar.

domingo, 9 de novembro de 2008

domingo preguiçoso

mas não só o domingo a vida o raciocínio a criatividade me encontro naqueles dias em que tudo parece desenrolar em câmera lenta a própria vontade está assim inventando atalhos mais longos para evitar a chegada os sintomas são físicos mal estar tontura enxaqueca talvez seja frescura mas está aqui posso sentir o peso na têmpora talvez precise de um médico talvez vergonha na cara mas nada consegue me remover da cadeira nada consegue me fazer levantar e trabalhar e lá no fundo uma voz sussura que a segunda feira chega e nada do que eu deveria ter feito está pronto e a vida será novamente aquela corrida necessária para que seja nocaute e não desistência pois nunca me verão jogar a toalha talvez fintar alguma tontura para ganhar segundos talvez passar a madrugada em claro pra recuperar o tempo perdido pois gosto de madrugadas em claro gosto dos pensamentos embaralhados pela falta de sono gosto dos silêncios e das epifanias das horas tardias onde apenas algumas luzes da cidade estão acesas e nada é o que realmente parece

sábado, 8 de novembro de 2008

Mrs. Dalloway

"Não, agora nunca mais diria, de ninguém neste mundo, que eram isto ou aquilo. Sentia-se muito jovem, e, ao mesmo tempo, indizivelmente velha. Passava como uma navalha através de tudo; e ao mesmo tempo, ficava de fora, olhando. Tinha a perpétua sensação, enquanto olhava os carros, de estar fora, longe e sozinha no meio do mar; sempre sentira que era muito, muito perigoso viver, por um só dia que fosse."

Virgínia Wolf

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Nai

Nunca saberei.
Vejo-te agora através do vidro,
deixo palavras deitadas no livro,
venho para ti.
A noite tem um toque azulado, cínico,
passados os tetos.
Para além dos corpos. Nai?
Porque te tenho tão perto,
porque te vejo constantemente
dentro de uns olhos quaisquer?
Que descanso me trouxeste que me devora as entranhas?

Carles Torner, No Cais da Poesia II, Antologia

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

sincronicidade

E se tudo estiver realmente escrito
E o tempo for uma brincadeira de Deus
Seremos todos fantoches?

. :*: .

As vezes me sinto assim
um fantoche
como se as coisas todas
acontecessem sem depender de mim
ainda que ligadas aos meus atos
quem será que controla os fios?

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

vontade doida

ultimamente a vida anda estranhamente boa não que haja estranhamento nas coisas boas mas elas não costumam ser assim duradouras ainda mais pra alguém acostumado com uma vida montanha russa de altos e baixos e altos e baixos um após o outro então talvez eu devesse temer a altura e me preparar para a decida mas a vida anda estranhamente boa e existe a vontade de ser tudo-o-que-eu-quiser e um pouco mais

terça-feira, 4 de novembro de 2008

humildade

Quando finisce la partita, i pedoni, le torri, i cavalli, i vescovi, i due re e le due regine tutti vanno nello stesso scatolo.

---

Ou numa tradução curta e livre: 

"Terminada a partida, o peão e o rei são guardados na mesma caixa."

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Devaneios

*inspirado em (ou quase integralmente transcritas de ) uma conversa com uma amiga.

Hoje sinto mais uma vez aquela velha solidão. Mas como julgar esse vazio como uma causa e não como uma conseqüência de meus atos? Fechar-me em muralhas intransponíveis não será o remédio para as dores de minha alma. Talvez me falte coragem de dizer o que sinto. Mais do que isso. Talvez me falte coragem de descobrir que na verdade não sinto. Sim, em vários momentos eu duvido que meu coração possa realmente sentir algo significativo por alguém. De fato a idéia de parecer tola e preferir a omissão não saem de minha mente, mesmo que isto não console meu coração. E aí vivo de constantes redemoinhos, vertigens, tempestades angustiantes que me consomem. Eu já vivi de sim e não várias vezes e confesso que após algum tempo tais respostas cicatrizaram as feridas. Hoje eu prefiro deixa-la aberta, dolorosa. Prefiro viver do talvez, que oscila entre a esperança da vitória e a eminente derrota. Não sei até quando serei covarde. Por outro lado nesses dias meu coração está descompassado. Ou talvez seja minha mente - pois não acho que seja realmente um sentimento e sim uma carência -  a guiar-me para outro caminho que parece ser o mais fácil e talvez o mais fútil. Tem alguém mexendo comigo e muito. Que atire a primeira pedra quem nunca duvidou do amor que sente por outrem ou que nunca tenha se sentido atraído por duas pessoas. Eu acredito que estou apenas procurando uma forma de fugir do que sinto. Ah!!! Já não sei mais nada. Se alguém conseguir entender o que acontece comigo me explique, pois eu já estou desistindo. A vida anda mais obscura e perigosa do que de costume.

Existir ou exit

O ser ou não ser da era cibernética/internética.

domingo, 2 de novembro de 2008

anjo torto

No primeiro dos sete céus, debruçado sobre o parapeito das nuvens, há um anjo. Ele observa a epopéia vivida na terra, com todas suas cenas e dramas.

Ver a vida assim, do alto, dá outra dimensão a tudo. É como se o real virasse ficção, e os personagens encarnassem papéis diversos, de autores diversos. Ali vai um rapaz inventado por Shakespeare, lá uma moça saída de um devaneio de Nelson Rodrigues, acolá uma inspiração do Veríssimo.

Estão tão ocupados com seus próprios papéis que não percebem sequer uns aos outros. Não veêm as interpretações bem feitas, os erros de script, os improvisos. Não reparam como as histórias se enlaçam umas às outras, como o caos do mundo real confunde romance com aventura, fantasia com comédia.

Lá de cima, todos parecem formigas, pequenas, agitadas, em sua rotina diária. E o anjo, que não é lá um desses de espada flamejante e auréola, mas um anjo torto, curioso, observa a tudo atentamente.

Ele goza de dons que os gregos invejariam. É capaz de ouvir pensamentos e ver sonhos adormecidos. Tem nas costas o arco do cupido, e na cinta doses de loucura e razão para distribuir pela própria vontade. Sabe atiçar os desejos humanos. A fome, a sede, a ambição, a cobiça, a lascívia. Seu passatempo predileto é bagunçar os pensamentos. Tornar as certezas incertas e o inusitado possível.

O mundo é um grande laboratório. Cada dia, dedos ágeis desencaixam peças desse gigantesco quebra-cabeças e reconfiguram tudo. Cada dia fios invisíveis se armam, como grandes teias preparadas para aprisionar estes pequenos insetos. 

E os olhos de todos - tão despreparados e cegos a esse outro mundo invisível, cegos ao anjo torto do parapeito, que gargalha feito criança às desgraças - enchem-se de razão para especular os porquês da vida.

Sem perceber que tudo ali é uma questão de reação. Tudo é questão de conquistar a simpatia do anjo. Que a vida depende das nossas atitudes com o mundo, para que ele nos responda, nos presenteie, nos acolha.

E tudo o que precisamos é atenção, compaixão, e gentileza.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

o mundo não para

As perguntas vao continuar, a polêmica, certamente, cada dia é menos polêmica e menos relevante, mas vai continuar. Você vai continuar. O mundo não vai parar, mas fica um pouco mais preto e branco. Não percebes que não estás na escuridao e que, escrevendo, podes até te aproximar dela, mas voltas sempre mais iluminado?
Talvez mudar a página, talvez descobrir outro meio, parar nao dá.
Não pode e não adianta mentir, pois sabes bem que tudo vai continuar girando, girando....nada vai parar para que saltes fora.

heartless



Gnarls Barkley - Who's gonna save my soul

dica do rodrigo

terça-feira, 28 de outubro de 2008

diálogos de uma tarde sonolenta [1]

- eu já vou cometer um crime, mas não dá pra ser um "crime-crime"

.:*:.

- Tu vais querer muito ou pouco café?
- ...     *bocejo enooooorme*
- Okay, muito....

vida própria

Às vezes a vida da gente assume formas inesperadas:
sustos, surpresas, repulsas, gozos, sentimentos (in)cômodos...

Às vezes a gente mesmo assume formas inesperadas.
Quase essa metamorfose ambulante.

da série de delcarações da meia-noite

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

chasing pavements



I'd build myself up,
And fly around in circles,
Wait then as my heart drops,
And my back begins to tingle
Finally could this be it

by adele

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

felicidade alheia

Independente do nosso estado de espírito, existe uma empatia que nos permite compartilhar da felicidade de alguém que gostamos muito e trazê-la pra junto de nós.

sorriso enigmático aqui.

e torcida...

terça-feira, 21 de outubro de 2008

cotidiano

Todo dia ela faz
Tudo sempre igual
Me sacode
Às seis horas da manhã
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca
De hortelã...

Todo dia ela diz
Que é pr'eu me cuidar
E essas coisas que diz
Toda mulher
Diz que está me esperando
Pr'o jantar
E me beija com a boca
De café...

Todo dia eu só penso
Em poder parar
Meio-dia eu só penso
Em dizer não
Depois penso na vida
Prá levar
E me calo com a boca
De feijão...

Seis da tarde
Como era de se esperar
Ela pega
E me espera no portão
Diz que está muito louca
Prá beijar
E me beija com a boca
De paixão...

Toda noite ela diz
Pr'eu não me afastar
Meia-noite ela jura eterno amor
E me aperta pr'eu quase sufocar
E me morde com a boca de pavor...

chico-conta-a-vida-com-poesia-buarque

domingo, 19 de outubro de 2008

limite branco (2)

"Odeio pessoas ignorantes. Me sinto mau por não conseguir gostar de todo mundo, mas é o que sinto. Os ignorantes, os vaidosos, os usurários, os pedantes. Detesto tudo que é afetado, detesto quem não se busca. Quem se acostuma a viver, da mesma maneira que se acostuma a dormir ou comer. Viver fica uma coisa automática, pouco importa se boa ou má, vazia ou não. Basta viver, como uma obrigação da qual não se pode fugir.

Por isso admiro os suicidas. São pessoas que conseguiram descobrir alguma coisa de si mesmas, apenas não tiveram coragem de enfrentar essa descoberta. E, como se ela lhes desse vertigens, deixaram-se despencar no abismo. Mas são mais dignos do que esses que simplesmente se amoldam, sem exigências, sem perspectivas, mas também sem queixas. Lógico, se não pedem nada, queixas de quê? Roberto me deixou pensando que não é possível amar todas as pessoas, se pensarmos em cada uma delas como uma individualidade. Pode-se amar as massas, as grandes massas humanas sem feições, sem formas, nem cheiros - sem as palavras vazias de quem sequer tem a consciência de ser uma pessoa."

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

epifania

(sim, o titulo se repete...  sempre são várias ao longo da vida...)

Hoje descobri algo que me fazia muita falta, mais um vazio preenchido dentro de mim. Café ao final do dia com alguém muito especial pra conversar, com quem se pode falar de tudo, ouvir de tudo, rir um pouco de coisas bobas, planejar coisas sérias...  mais um vício (saudável) pra minha listinha de prazeres...

bipolar

Meus dias se dividem entre luz e trevas, felicidade e tristeza, angustia e satisfação. Sinto que não sou infeliz, mas ao mesmo tempo existe uma vontade - e ela só se mostra em algumas situações bem específicas, mas nem por isso raras - de ser outra pessoa. Acho que nunca vou me sentir completo. Preciso das experiências de maneira tão intensa que seriam necessárias várias vidas -talvez continuas, talvez paralelas - pra ter tudo.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

madrugada

"... pára o mundo
que eu quero descer..."

"...a vida é uma sinuca
mas confio no meu taco
o meu borogodó
é do balacobaco!

rita-ver-a-vida-com-humor-lee

domingo, 12 de outubro de 2008

aquela fome

A noite está mais escura do que de costume. Mais apagada, mais cinza. Sinto ela novamente desperta dentro de mim. Não sei definir com exatidão, mas me consome. É uma espécie de fome, de angústia, uma necessidade indefinida que corrói a minha alma. Julgava tê-la finalmente superado, mas me esqueço de procurar lá no fundo, de vasculhar os baús, os sótãos. Me sinto pequeno, cego às coisas fora de seus lugares. Vivo anestesiado por um cotidiano mesquinho, pela rotina de uma não vida. Mas nesta noite de lua encoberta e calor estranhamente sufocante, não posso trancar as portas, vedar as frestas. É quase um soco no estômago. Dói. Me impede de seguir vivendo assim, banal. Preciso de mais, de maior. Não quero ser quem sou. Que digam quem sou. Quero o que eu não posso ser. Perco o sono. Perco a tranqüilidade. Os olhos ardem, o pulso acelera.  Perco cada vez mais o foco. Sinto falta do reflexo no espelho, nas páginas, nos meus atos. Sinto falta de minha própria identidade. O peito dói e é difícil explicar por quê. A alma dilacera. É difícil esconder. Perco a capacidade de lidar com o que sinto. Preciso gritar. Jogar tudo para o alto. Preciso fugir. Estou sem rumo. Sem abrigo. Não existe um lugar seguro. Nem um destino. A salvação está além do meu alcance.

dúvida

te olhar assim
nos olhos
num dia como este

é como olhar
a tempestade que chega
o mar revolto e escuro

me faz pensar em coisas
que eu nem sei se quero
nem sei se sinto

como vou saber
se é um dia como este
ou o teu olhar de sempre
o que me afoga?

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Faith

Would it please you more if i said 'if' instead of 'when"?

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Biruta

A intensidade
dos ventos
se mede

com a vontade
de ficar

Paulo Madureira

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

epifania

olhar no fundo da própria alma é uma tarefa perigosa e pode revelar que algumas certezas e sentimentos começaram a morrer dentro da gente...

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

psicossomático

Têm certos dias que dá uma vontade de desistir de tudo.

quando coisas ruins acontecem e a gente sente o peso das emoções sobre o corpo, na forma de dor, de aperto, de falta de ar.

têm certos dias que estar vivo não é uma benção, mas uma maldição.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

As piores coisas sempre são feitas com as melhores intenções*

* Oscar Wilde





Campanha da Anistia Internacional

"Depois dos jogos olímpicos, a luta pelos direitos humanos precisa continuar"

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Justificativa

Não apareço muito por aqui. A vida anda agitada.

Ainda.

Acho que nunca vai mudar, nunca vai ser calma, a menos que algo ruim aconteça. Este é o ritmo natural do mundo agora, sem muito tempo para aquilo que não parece necessário. Meus poucos posts se resumiram a cópias de poemas que aparecem nos ônibus de Porto Alegre. Traduz bem a minha rotina. Correria de um lado ao outro da cidade, algum tempo na web, e as tarefas necessárias à vida de cada dia. Ao menos ando dormindo o suficiente. Nem eu acredito.

Tenho mais uns 3 poemas na manga pra postar aqui, mas não os lembro completamente. Qualquer dia os reencontro nas janelas e memorizo. Foi assim com cada um dos que escrevi neste blog.

Vida longa a quem ainda lê essas breves linhas! E até logo.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

do ônibus III

Degustação

Da batata da tua perna
À maça do teu rosto
Sinto teu gosto
E sinto que gosto

Juliano Osterlund

quarta-feira, 2 de julho de 2008

do ônibus II

Eu tenho uma falha mecânica nos olhos
e um metal enferrujado no joelho
tenho cartas explícitas nas mangas
e uso colete a prova de balas de hortelã
sou o destinatário de enormes e lacradas cartas
que eu não remeto.

Márcia Carneiro

Vida agitada.
Vida-não-vida.
Mas eu volto...

segunda-feira, 23 de junho de 2008

tarot card


You are The Fool


The Fool is the card of infinite possibilities. The bag on the staff indicates that he has all he need to do or be anything he wants, he has only to stop and unpack. He is on his way to a brand new beginning. But the card carries a little bark of warning as well. Stop daydreaming and fantasising and watch your step, lest you fall and end up looking the fool.


What Tarot Card are You?
Take the Test to Find Out.

sábado, 14 de junho de 2008

We are mutants*

*de novo uma frase do meu igoogle theme by Starck



Sexta de tarde e eu na praia de torres olhando o mar revolto.
O vento frio me deixou mal da garganta, mas valeu a pena. Estranho ficar olhando o mar assim, vazio. Pensamentos lá do fundo, revoltos como as ondas, indo e vindo. Durou pouco, foi cansativo, mas foi um dia sem igual.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Humour Amour*

*mais uma frase do meu igoogle theme by Starck

E um comercial muito bom, tirado do Adverbox, que tem a ver com isso

segunda-feira, 12 de maio de 2008

tomorrow will be less*

*frase do meu igoogle, by starck

Depois de alguns anos tentando
acho que finalmente estou virando um arquiteto
trabalho trabalho trabalho trabalho
e pela primeira vez eu recusei trabalhos de computação gráfica
pois estou com arquitetura demais pra fazer

agora preciso de clientes ricos XD

segunda-feira, 5 de maio de 2008

palavras, sons e imagens

Ando gastando meu pouco tempo livre entre páginas de oscar wilde, músicas novas de um cd emprestado e filmes antigos que só consegui assistir graças ao ciclone extra tropical que deixou meu sábado chuvoso e ocioso. Seguem algumas dicas, pra quem tem a mente aberta e a curiosidade aguçada:

O retrato de Dorian Gray, Mika, Dogville, Goldfrapp, Parente é Serpente, Snow Patrol

p.s. musical: Não sei porque ando atrás de novidades. Depois de anos ouvindo a mesma playlist de décadas atrás, estou ávido por novidades. Se alguém tiver alguma dica, me avise...

quarta-feira, 23 de abril de 2008

vaidade

ando sem muito tempo
como sempre!
ou com o tempo de sempre
mas sem tê-lo para certas coisas

incertezas sempre tão presentes
sempre tão certas

hoje depois de dias
reparei no outro lado do espelho
me vi ao avesso no reflexo
tive um surto de cuidar de mim mesmo
que não passará de amanhã

será que um dia
vou poder levar uma vida normal?
tomar dejejum lendo uma revista ou jornal?
comer mamão papaia com aveia?
tomar suco de laranja?

saudável demais
tranquilo demais
a vida me vem em furacões e terremotos*
calmaria é para principiantes

e a jamanta não está na ladeira
mas um dia ainda fico milionário com esta idéia.

*literalmente, ainda que distante

terça-feira, 8 de abril de 2008

Corrente (de vento?!?)

Intimado pela Zackie a postar no meu blog, vou reunir uns caquinhos de tempo que tenho nesse horário de almoço e atender ao pedido.

1) Você está em algum relacionamento sério atualmente?
T.
há alguns anos....

2) Qual era seu sonho para quando crescesse?
T. Ser trapezista de circo. Ou cientista maluco. Acabei atrás de uma tela de computador trabalhando 16 horas/dia, estudando duas e dormindo quatro (durante uns 6 dias na semana, ao menos, quando não 7). ps.: não errei o cálculo, as outras duas horas fazem o meio de campo entre as diferentes atividades...

3) Que talento você gostaria de ter?
T. Dormir apenas 4 horas/dia sem ficar acabado. Ou talvez um carisma irresistível e uma rede de contatos de alto calão que me idolatrasse. Ou sorte suficiente pra viver sem trabalhar!

4) Se eu te pagasse uma bebida, qual seria?
T. Guaraná light com gelo e laranja. Antártica. E de garrafinha.

5) Vegetal favorito?
T. Morango conta?

6) Qual foi o último livro que você leu?
T. Homens e Ratos do John Steinbeck

7) Qual seu signo zodiacal?
T. Aquário-mundo-da-lua.

8) Alguma tatuagem ou piercing? Explique onde.
T. Não, já pensei a respeito de tatoos, mas ainda sem tempo/disposição de fazer uma

9) Pior Hábito?
T. Reclamar da vida... e comer mais do que deveria... e não fazer muitos exercícios jogando a culpa na falta de tempo (ok, a culpa é real). Não sei qual dos três é pior.

10) Se você me visse caminhando na rua, me ofereceria uma carona?
T. Partindo do pressuposto que eu tivesse carro e dirigisse, claro que sim. Mas é uma hipótese remota. Mais fácil eu te dar uma carona de guarda chuva se estiver caindo um temporal...

11) Qual seu esporte favorito?
T. Walkabout-whatever-or-wherever-it-may-be.

12) Você tem atitudes otimistas ou pessimistas?
T. Otimistas. E sempre me ferro por isso. Ou quase.

13) O que você faria se ficasse presa/o no elevador comigo?
A.
Provavelmente aproveitaria o tempo colocando o assunto em dia!

14) Pior coisa que já te aconteceu?
A.
Difícil dizer. Na hora em que as coisas ruins acontecem, provavelmente eu saberia nomeá-las. Mas depois de um tempo tudo parece tão igual e tão pouco significante que fica difícil escolher algo pra ser realmente tenebroso. Talvez perder pessoas próximas (imitando a zackie) seja o pior deste mundo...

15) Me diga um fato estranho/absurdo a seu respeito.
A.
Eu ouço vozes.

16) Você tem algum animal de estimação?
A.
Não. Mas tenho plantas de estimação.

17) E se eu aparecesse de surpresa na sua casa?
A.
Ih, ia encontrar uma bagunça, e provavelmente nem me acharia por lá . Já no escritório...

18) Qual sua primeira impressão a meu respeito?
T. Da Zackie? A primeira que tive ou a primeira que tenho? A que tive era que você era meio doida (miniaturas de hello kitty num tchê rpg). A que tenho é que você desdobra o tempo =)

19) Palhaços são legais ou assustadores?
T. Depende. O bozo e o It me assustam. Mas tem outros...

20) Se você pudesse mudar uma coisa no seu visual, o que seria?
T. A forma física como um todo: menos peso, mais músculos... o difícil seria manter.

21) Você seria meu parceiro no crime ou minha consciência?
T. Depende do dia. Ultimamente acho que no crime, mas em geral isso só se confirmaria em segundas e terças feiras...

22) Qual a cor dos seus olhos?
T. Verde. Levemente acinzentado.

23) Já foi preso/a?
T. Conta em festa junina?

24) Refrigerante em garrafa ou lata?
T. Garrafaaaaa... pequena e de vidro. Zackie completamente certa.

25) Se você ganhasse R$ 10.000 hoje, o que você faria?
T. Compraria alguns eletrodomésticos e faria pequenas reformas no meu apê.

27) Lugar que você mais gosta de freqüentar?
T. Minha cama? ultimamente tenho sentido falta dela... mas tirando isso gosto de freqüentar a casa de amigos queridos. Ou lugares onde eles estejam comigo.

28) Você acredita em fantasmas?
T. Não, mas que existem, existem...

29) Qual a coisa que você mais gosta de fazer no seu tempo livre?
T. Dormir! ...namorar, ver filmes e séries, ler, conversar, jogar, caminhar, cozinhar...

30) Você fala muito palavrão?
T. Só quando estou sozinho. Sou (tento ser) uma pessoa polida no restante do tempo.

31) Coisa que mais te irrita?
T. Gente no meio do caminho (diversas interpretações dependendo da situação)

32) Como você se descreveria em 1 palavra?
T. Desfocado

33) Você gosta de/acredita em romances?
T. Sim. Mas sem faltar uma dose de realidade.

35) Acredita em Deus?
T. Sim. Seja qual for seu nome.

36) Você irá postar isso e responder para que outros também possam passar adiante?
T. Tinha outra alternativa?

Agora eu listaria aqui gente pra responder, mas sei lá, a maioria das pessoas que conheço mal fala comigo por causa da correria, melhor deixar pra quem tiver tempo e interesse (sabem como é, nem sempre as pessoas gostam de responder essas coisas, mas confesso que foi divertido pensar a respeito).

domingo, 30 de março de 2008

Triangulo das Águas III

...
Talvez seja este o problema. Uma vida sem manhãs. Estranho é que não escolhi. Não consigo precisar o momento em que escolhi. Nem isso, nem qualquer outra coisa, nem nada. Foram me arrastando. Não houve aquele momento em que você pode decidir se vai em frente, se volta atrás, se vira à esquerda ou à direita. Se houve, eu não lembro. Tenho a impressão de que a vida, as coisas foram me levando. Levando em frente, levando embora, levando aos trancos, de qualquer jeito. Sem se importarem se eu não queria mais ir. Agora olho em volta e não tenho certeza se gostaria mesmo de estar aqui. Só sei que dentro de mim tem uma coisa pronta, esperando acontecer. O problema é que essa coisa talvez dependa de uma outra pessoa para começar a acontecer.
...
fragmento de "pela noite" - triangulo das águas - Caio fernando Abreu

segunda-feira, 17 de março de 2008

Triangulo das Aguas II

"Eu estava ali parado na porta aberta do quarto vazio, cheio de rachaduras nas paredes, piso riscado, vidros nus, já a me curvar em direção ao assoalho para tentar lembrar quando de repente tive certeza de que esse outro me abandonara no que eu poderia chamar de: a metade de minha vida. Portanto a idade que tenho agora, ou que tinha naquele sábado, deveria ser exatamente o dobro da idade contada a partir daquela perda. E de alguma forma, por ser justamente naquele sábado de chuva, em novembro, na tarde, essa perda - ou partida, ou ausência, ou separação, como queiram chamá-la - atingia seu justo dobro. Alguma coisa tinha sido inteiramente paga, como um ciclo se fecha, um transito ou uma lunação acabam, dando origem a outra que será completa até o seu reinício. Eu poderia pensar que a partir de então conseguiria entrar naquele quarto, vedar as rachaduras na paredes, pintar meticulosamente os vidros, enchê-los de trapos e papéis e palhas e cascas e flores secas, como as outras peças da casa, acabando com o seu deserto. Me ocorre, esta é outra coisa que poderia dizer de mim mesmo, se quisesse ser preciso - além de cinza e longo -, tenho um quarto vazio por dentro. Pensando nisso, poderia quem sabe me sentir mais inteiro, como se à medida que fosse me apropriando de cada peça da casa, uma por uma, como quem finca uma bandeira em território novo, me tornasse também dono de novos territórios de mim mesmo.Mas não sei se saberia o que fazer com essa inteireza, possivelmente não me sentiria mais feliz com isso. Então para quê?"

fragmento de "O marinheiro" - triangulo das águas - Caio fernando Abreu

Triângulo das Águas I

"Descobri faz algum tempo que as mãos se opõem à cabeça, e quando você movimenta aquelas, esta pode parar. Não sei se é uma grande descoberta, talvez não, mas de qualquer forma gosto quando a cabeça pára o maior tempo possível, caso contrário enche-se de temores, suspeitas, desejos, memórias e toda essas inutilidades que as cabeças guardam para deixar vir à tona quando as mãos estão desocupadas. Ocupo-as então, fazendo coisas que depois disponho pelos cantos."

fragmento de "O marinheiro" - triangulo das águas - Caio fernando Abreu

quinta-feira, 13 de março de 2008

madrugada

Lost dublado é definitivamente bizarro.
Dondé que eles tiram as associações de voz?

terça-feira, 11 de março de 2008

Insanidade

cena de hoje:
cansado de correr de cá pra lá
e de dormir mal, e trabalhar demais
e me matar pra compensar o relaxamento alheio
resolvo fazer um café
mas só tem chá
encho a xícara com água
e esquivando do microondas
coloco na geladeira !?!?!?

Deus...
será que ainda tem volta?

stress demais deve mutilar os neurônios...

segunda-feira, 10 de março de 2008

amuletos

um gato, guizos e pêndulo de seda

passaros alaranjados e contas cristalinas

dois presentes de pessoas queridas
pra trazer sorte, alegria, prosperidade.
parece que já começaram a funcionar*...

*nada como um dia após o outro.

domingo, 9 de março de 2008

tristeza

alguns dias a vida perde um pouco do sentido

talvez não haja realmente sentido

quando as pessoas certas não estão perto
e as coisas certas não acontecem
é difícil acreditar que ele está lá

ruim dormir com a vontade de não acordar mais

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

vinte e poucos de fevereiro...

Semana passou voando.
Nestes dias vêm aquela vontade
de que a vida fosse final de novela:
Tudo dando certo...
e viveram felizes para sempre.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Limite Branco

"Quando se deseja realmente dizer alguma coisa, as palavras são inúteis. Remexo o cérebro e elas vêm, não raras, mas toneladas. Deixam sempre um gosto de poeira na boca - a poeira do que se tentava expressar, e elas dissolveram. Quanto mais palavras ocorrem para vestir uma idéia, mais essa idéia resiste a ser identificada. As sucessivas roupas sufocam a sua nudez. E todas as palavras são uma grande bolha de sabão, às vezes brilhante, mas circundando o vazio."

Caio Fernando Abreu

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Tempo

Mais do que um pedido de desculpa pela ausência, esse post é um desabafo e uma constatação.
Não consigo acreditar em quanto tempo as pessoas tem pra desperdiçar, pra jogar fora. Hoje particularmente minha manhã foi um misto de correrias em função da lerdeza ou da falta de agilidade de outros. Isso revolta um bocado, principalmente quando perdemos nosso sono pra dar conta dos atrasos dos outros.

No mais, ando lendo Limite Branco, do Caio Fernando Abreu.
Marquei umas 20 passagens, mas não sei se vou conseguir transcrevê-las. Quem sabe sobra algum tempinho...

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Lost

Pra você que não viu (ou viu...), recap das 3 primeiras temporadas em 8 minutos:



E pra você que espera a 4° temporada dia 31...

sábado, 5 de janeiro de 2008

GoodReads

Espécie de Orkut de leituras, muuuuito show, principalmente pelas possibilidades de conseguir indicações de leituras novas e empréstimos (atenção para a opção>: tenho uma cópia deste livro para vender/trocar). Indicação da Renata.

Se tiver interesse, clique e já me adicione:

"Checkout my reading list on Goodreads - where you can see what your friends are reading.

http://www.goodreads.com/friend/i?i=LTM2MDYzNTY3Njc6MzE2%0A"