domingo, 28 de janeiro de 2007

Aniversário

Ganhei - no balanço final - praticamente só livros.
Será que ando (aparentemente) muito nerd?

ps.: isso não é uma reclamação, apenas uma constatação
Pois eu definitivamente prefiro ganhar livros, hahahahaha.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

tempo

Grande mentira aquele ditado que diz que as pessoas não mudam. Os anos passam e a cada dia me sinto uma pessoa completamente diferente. Hoje, véspera da véspera de aniversário, várias reflexões desses últimos tempos, de tudo o que anda acontecendo aqui dentro, afloraram como se tivessem vida própria.

A idade está me deixando mais sensível e emotivo. Surpreende-me a quantidade de vezes em que me sinto frágil, apesar de (tentar) não demonstrar isso. Surpreende-me o arrepio que nasce na nuca e desce até se perder por todo o corpo, e que não acontecia antes. Surpreende-me a percepção mais aguçada. Vejo cada vez mais coisas que antes eu não via. Sei identificar intenções sutis nos comportamentos alheios e ler (talvez até equivocadamente) o que gestos camuflados ou sufocados querem dizer.

Tenho muitas dificuldades aparecendo também. Está cada vez mais difícil resistir às tentações do mundo. Está cada vez mais difícil me manter saudável. Cada vez mais difícil combater a lascívia. E conciliar todo o turbilhão de acontecimentos, sensações, pensamentos, pessoas... Sinto-me bem com tudo isso. Sinto-me bem com a idade.

Não quero que isso mude. Eu gosto da vida intensa. Gosto do excesso, da sobrecarga. Sou o tipo de pessoa que funciona bem sob pressão, quando a vida corre alucinada. Ainda que de tempos em tempos precise de férias de mim mesmo (e nem assim consiga tirá-las).

Meu único pecado (e talvez seja bom jogar a culpa na idade) é que com o tempo, aumentam as exigências. Com o tempo certas coisas não bastam mais. Tenho um pouco de medo disso. Tenho um pouco de medo de chegar lá adiante e descobrir que não segui o caminho certo, ainda que não exista um caminho. De me tornar exigente demais, avarento, obsessivo. Às vezes já me acho obsessivo. Às vezes olho no espelho e já vejo o que eu não queria. E em geral sinto que certas forças que eu tinha já se foram e não voltam mais. Em geral sei que o tempo não vai ser suficiente. Porque temos que passar por isso?

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

Why do you blog?

Responda ao questionário e concorra a um iPod shuffle
(em Inglês)

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Bixo Design de Produto UFRGS 2007

Aeeeeeee, sorriso de orelha a orelha, vida leve, vou sair pra comemorar.
Valeu o esforço, enfim. Agradecimentos especiais pra minha mãe que esteve junto nos dias de prova! E a todos que torceram pra que isso acontecesse. Agora é esperar o trote.

ps.: post script mas não por isso menos importante: RÊ!!!! valeu o livro!!! ;)

quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

Duplipensar

Engraçado como a vida imita a arte - ou vice versa.
Acabei agora há pouco (num recorde de tempo, pois comecei ontem) de ler o 1984.
e sinto um misto de esclarescimento e decepção. Talvez seja esta a característica das grandes obras que misturam ficção e realidade, a de nos fazer questionar um pouco o que vemos dia após dia mas que, lá no fundo, nos recusamos a acreditar (talvez pela impotência diante dos sistemas, ou o sentimento dela).

Porque será que me lembro tanto do Brasil (e noutra escala do mundo como um todo, politica e economicamente) quando leio isto?

"Desde que começou a escrever a história, e provavelmente desde o fim do Período Neolítico, tem havido três classes no mundo, Alta, Média e Baixa. Têm-se subdividido de muitas maneiras, receberam inúmeros nomes diferentes, e sua relação quantitativa, assim como sua atitude em relação às outras, variaram segundo as épocas; mas nunca se alterou a estrutura essencial da sociedade. Mesmo depois de enormes comoções e transformações aparentemente irrevogáveis, o mesmo diagrama sempre se reestabeleceu, da mesma forma que um giroscópio em movimento sempre volta ao equilíbrio, por mais que seja empurrado deste ou daquele lado. Os objetivos desses três grupos são inteiramente irreconciliáveis. O objetivo da Alta é ficar onde está. O da Média é trocar de lugar com a Alta. E o objetivo da Baixa, quando tem objetivo - pois é característica constante da Baixa viver tão esmagada pela monotonia do trabalho cotidiano que só intermitentemente tem consciência do que existe fora de sua vida - é abolir todas as distinções e criar uma sociedade em que todos sejam iguais. Assim, por toda a história, trava-se repetidamente uma luta que é a mesma em seus traços gerais. Por longos períodos a Alta parece firme no poder, porém mais cedo ou mais tarde chega um momento em que, ou perde a fé em si própria ou sua capacidade de governar com eficiência, ou ambas. É então derrubada pela Média, que atrai a Baixa ao seu lado, fingindo lutar pela liberdade e a justiça. Assim que alcança sua meta, a Média joga a Baixa na sua velha posição servil e transforma-se em Alta. Dentro em breve, uma nova classe Média se separa dos outros grupos, de um deles ou de ambos, e a luta recomeça. Das três classes, só a Baixa nunca consegue nem êxito temporário na obtenção de seus ideais."

Ah, e acrescentando: a linguagem é muito acessível e fluida e apesar do livro parecer um tanto sureal, eu recomendo.

terça-feira, 16 de janeiro de 2007

1984

Retomando as leituras - agora que a vida anda mais leve - com George Orwell, 1984:

"O melhor era matar-se antes de ser apanhado. Sem dúvida havia gente capaz disso. Com efeito, muitos dos desaparecidos eram suicidas. Mas era preciso coragem desesperada para se matar num mundo em que era impossível obter armas de fogo, ou veneno rápido e certo. Pensou, com uma espécie de assombro, na inutilidade biológica da dor e do medo, na traição do corpo humano que sempre se congela na inércia, no momento exato em que dele se exige esforço especial. Poderia ter silenciado a moça morena se conseguisse agir com rapidez, mas precisamente por causa do perigo extremo que corria perdera a capacidade de agir. Ocorreu-lhe que em momentos de crise, nunca se luta com um inimigo externo, mas com o próprio organismo. Mesmo agora, apesar do gin, a dor surda do ventre tornava impossível dois pensamentos consecutivos. E é o mesmo em todas as situações aparentemente heróicas ou trágicas. No campo de batalha, na câmara de tortura, num navio que naufraga, as causas por que lutamos são sempre secundárias, esquecidas, porque o corpo incha, e se infla até ocupar todo o universo, e mesmo quando não nos paralisa o medo, nem gritamos de dor, a vida é uma luta, minuto a minuto, contra a fome, o frio, a insônia, contra uma dor de estômago ou de dentes."

sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

Sumiço

Sim, eu sei, nada de escrever ou aparecer aqui, mas eu explico: vestibular 2007 para Design de Produtos na UFRGS. Vegetei durante 5 dias. Até onde deu pra avaliar, eu passo. Agora é esperar o listão dia 20 e torcer pra não acontecer nada excepcional com os candidatos do meu curso neste ano, e quem sabe voltarei a ser estudante e desfrutar alguns dos benefícios que cursar algo na federal oferece. Se acontecer, 2007 começou muito bem.

terça-feira, 2 de janeiro de 2007

Saldo de reveillon

É...

2007...

Difícil acreditar. Acho que o tempo anda fazendo mais coisas em mim do que apenas envelhecer.

Esse texto imita o título de um anterior, e talvez no final acabe tão vazio quanto ele, perto de tudo que eu realmente queria dizer, de tudo que eu senti verdadeiramente, e que nesta hora frente a tela branca acaba reduzido a poucas palavras, se perdendo da idéia original.

Será que acontece apenas comigo ou a idade vai nos deixando mais sensíveis, mais manteiga derretida? Sim. Estou mais mole. Ando me comovendo muito facilmente com as coisas. Também estou mais afiado (ainda) para perceber as pessoas. Outro balanço de final de ano. Nada difícil quando se está quase febril e de cama, com tempo pra pensar nas coisas. Também tenho mais saudade da minha família. Minha mãe especialmente.

Esse reveillon foi um dos mais fracos que já passei. Talvez pela febre, talvez pela distância da familia, mas principalmente pelo comportamento das pessoas em volta. Pela consciência triste ao olhar os telhados da cidade lá do alto e lembrar que muita gente estaria sozinha, ao ouvir as conversas em volta e só perceber egoismo, desprezo pelos outros e pouco caso.

2007 chegou bem, boas previsões, boas perspectivas, espero realmente que não seja apenas a maneira sempre esperançosa do ser humano de sonhar com um futuro melhor. Eu pretendo fazer a minha parte, seja pra minha vida pessoal melhorar, seja para a coletividade. Espero que todas as pessoas comecem a pensar um pouco mais nisso.