quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

torpor

Então em um belo dia, sentado, pensando a respeito da vida, chegou a conclusão que tinha menos a oferecer pro mundo do que realmente gostaria. E o mundo também não apresentava todas as oportunidades esperadas. Viver era mais trabalhoso do que podia suportar. A rotina de cada dia, as tarefas, as necessidades, a burocracia cotidiana, tudo isso era extremamente chato, extremamente cansativo e tedioso. Tinha momentos de torpor, ou ao menos tentava definir assim aqueles períodos em que não fazia absolutamente nada de bom, nada de produtivo, nada que se orgulhasse depois. A maior falta era essa. E sequer sabia como resolver. Nunca adiantou tomar resoluções em contrário. O dia passava e, na manhã seguinte, continuava aquela preguiça de viver a vida, com todos os pretextos pra esquivar aqui e ali do que devia fazer. Tinha certeza das suas obrigações, tinha certeza dos objetivos, ainda que fosse algo só dele, mas não tinha forças pra lutar contra. E sabia que a vida era curta, muito menor do que precisava, o que transformava o passar dos dias numa angústia incessante. Aguardava uma epifania. Sabia que num determinado momento, a vida mostraria sua última chance. Seria capaz de percebê-la diante de seus olhos?