segunda-feira, 28 de agosto de 2006

Top Top Música de Fossa...

Sábado passei um pedaço do meu dia ouvindo várias musicas de cds perdidos no baú...
Estava atrás de algumas músicas de fossa (prum Sarau Temático), e fiquei entre várias opções na hora de me decidir.

Vale a pesquisa: se você pudesse escolher uma única opção de música deprê, qual seria?
Vale fossa romântica ou de qualquer outro tipo...

Eu escolhi "A Via Lactea" da Legião, por motivos óbvios (já foi tema de alguns momentos meus), mas a disputa foi acirrada:

- O último pôr do sol, do Lenine
- Mil Pedaços, também da Legião
- Both Sides Now, da Joni Mitchel (ok, esse é relativo)
- Walk Away, do Ben harper
... várias outras

.:*:.

PSP. (post script do post) : Há anos que eu não houvia os cds do legião de cabo a rabo. Acho que ainda ninguém superou a profundidade das letras do Renato Russo. Pena que ele nos deixou assim, tão cedo...

sexta-feira, 25 de agosto de 2006

Dois ou três almoços, uns silêncios

Fragmentos disso que chamamos de "minha vida"
(Por Caio Fernando Abreu, Ilustração de Rodrigo Rosa)



Há alguns dias, Deus — ou isso que chamamos assim, tão descuidadamente, de Deus —, enviou-me certo presente ambíguo: uma possibilidade de amor. Ou disso que chamamos, também com descuido e alguma pressa, de amor. E você sabe a que me refiro.

Antes que pudesse me assustar e, depois do susto, hesitar entre ir ou não ir, querer ou não querer — eu já estava lá dentro. E estar dentro daquilo era bom. Não me entenda mal — não aconteceu qualquer intimidade dessas que você certamente imagina. Na verdade, não aconteceu quase nada. Dois ou três almoços, uns silêncios. Fragmentos disso que chamamos, com aquele mesmo descuido, de "minha vida". Outros fragmentos, daquela "outra vida". De repente cruzadas ali, por puro mistério, sobre as toalhas brancas e os copos de vinho ou água, entre casquinhas de pão e cinzeiros cheios que os garçons rapidamente esvaziavam para que nos sentíssemos limpos. E nos sentíamos.

Por trás do que acontecia, eu redescobria magias sem susto algum. E de repente me sentia protegido, você sabe como: a vida toda, esses pedacinhos desconexos, se armavam de outro jeito, fazendo sentido. Nada de mal me aconteceria, tinha certeza, enquanto estivesse dentro do campo magnético daquela outra pessoa. Os olhos da outra pessoa me olhavam e me reconheciam como outra pessoa, e suavemente faziam perguntas, investigavam terrenos: ah você não come açúcar, ah você não bebe uísque, ah você é do signo de Libra. Traçando esboços, os dois. Tateando traços difusos, vagas promessas.

Nunca mais sair do centro daquele espaço para as duras ruas anônimas. Nunca mais sair daquele colo quente que é ter uma face para outra pessoa que também tem uma face para você, no meio da tralha desimportante e sem rosto de cada dia atravancando o coração. Mas no quarto, quinto dia, um trecho obsessivo do conto de Clarice Lispector "Tentação" na cabeça estonteada de encanto: "Mas ambos estavam comprometidos. Ele, com sua natureza aprisionada. Ela, com sua infância impossível". Cito de memória, não sei se correto. Fala no encontro de uma menina ruiva, sentada num degrau às três da tarde, com um cão basset também ruivo, que passa acorrentado. Ele pára. Os dois se olham. Cintilam, prometidos. A dona o puxa. Ele se vai. E nada acontece.

De mais a mais, eu não queria. Seria preciso forjar climas, insinuar convites, servir vinhos, acender velas, fazer caras. Para talvez ouvir não. A não ser que soprasse tanto vento que velejasse por si. Não velejou. Além disso, sem perceber, eu estava dentro da aprendizagem solitária do não-pedir. Só compreendi dias depois, quando um amigo me falou — descuidado, também — em pequenas epifanias. Miudinhas, quase pífias revelações de Deus feito jóias encravadas no dia-a-dia.

Era isso — aquela outra vida, inesperadamente misturada à minha, olhando a minha opaca vida com os mesmos olhos atentos com que eu a olhava: uma pequena epifania. Em seguida vieram o tempo, a distância, a poeira soprando. Mas eu trouxe de lá a memória de qualquer coisa macia que tem me alimentado nestes dias seguintes de ausência e fome. Sobretudo à noite, aos domingos. Recuperei um jeito de fumar olhando para trás das janelas, vendo o que ninguém veria.

Atrás das janelas, retomo esse momento de mel e sangue que Deus colocou tão rápido, e com tanta delicadeza, frente aos meus olhos há tanto tempo incapazes de ver: uma possibilidade de amor. Curvo a cabeça, agradecido. E se estendo a mão, no meio da poeira de dentro de mim, posso tocar também em outra coisa. Essa pequena epifania. Com corpo e face. Que reponho devagar, traço a traço, quando estou só e tenho medo. Sorrio, então. E quase paro de sentir fome.

(Publicado no jornal "O Estado de S. Paulo", 22/04/1986)

quarta-feira, 23 de agosto de 2006

Imagens que valem por várias palavras...

Algumas propagandas boas, desses ultimos dias...







via: adverbox

domingo, 20 de agosto de 2006

diferenças...

que só o tempo pode esclarescer.

"Paixão é o sonho de ter eternamente.
Amor é o pesadelo de perder a qualquer hora"

.:*:.

"Love Is Blindness"

Love is blindness
I don't want to see
Won't you wrap the night
Around me
Oh my heart
Love is blindness

In a parked car
In a crowded street
You see your love
Made complete
Thread is ripping
The knot is slipping
Love is blindness

Love is clockworks
And cold steel
Fingers too numb to feel
Squeeze the handle
Blow out the candle
Love is blindness

Love is blindness
I don't want to see
Won't you wrap the night
Around me
Oh my love
Blindness

A little death
Without mourning
No call
And no warning
Baby...a dangerous idea
That almost makes sense

Love is drowning
In a deep well
All the secrets
And no one to tell
Take the money
Honey
Blindness

Love is blindness
I don't want to see
Won't you wrap the night
Around me
Oh my love
Blindness

terça-feira, 15 de agosto de 2006

Dias de silêncio...

"Nada mais insuportável
que um homem temer
os seus próprios silêncios."

Não, não chega a tanto...
Não há um temor neste silêncio, mas consciência.
Olho pro que escrevi nestes últimos tempos, e decididamente este é meu infinito particular. Desconexo, desfocado, perdido. É a minha cara...

É engraçado isso. Alguns dias o tempo me falta, noutros a vontade, noutros a inspiração. Leio e escrevo sobre milhares de coisas, mas nada muito profundo ou pessoal ultimamente.

Estarei me tornando superficial? Não, sei que não. Talvez as idéias estejam rasas demais, em função da grande quantidade de acontecimentos. A cabeça fervilha com mil e uma novidades. Andei lendo muito ultimamente, estudando, vendo e fazendo coisas novas. Ainda assim fica aquela necessidade de mais tempo, de espichar as horas, criar vácuos, dormir menos, sobreviver de cafeína.

E estranhamente os anos começam pesar. Sei, não sou velho, mas acho que perdi o pique de revirar madrugadas em claro sem sofrer grandes conseqüências que não um bocejo ou outro no dia seguinte. Tenho trabalhado muito, cansado muito, e dormido pesadamente nestes últimos dias, a briga com o relógio é uma constante, principalmente nas manhãs.

E a briga com as decisões - o problema de querer mil coisas é que o tempo é justamente um só, e não é tão flexível. Foco n'algo, o resto me escapa. Ou me abandona, ou eu que abandono. Por isso andei sem escrever...

Será que haverá um dia em que conseguirei ter e fazer tudo? Ou quase?
Duvido muito, maldita ambição humana. Mas não reclamo. A vida anda melhor a cada dia...

quarta-feira, 9 de agosto de 2006

Pôsteres pela Paz

*tirado do Hotel Mari

Pra quem gosta de design, a dica é ótima: arte com engajamento social. Não deixem de consferir os Pôsteres

"Ainda no clima engajado que impera nesta grande cidade (Sampa), a galeria da AIGA apresenta uma ótima exposição de posters políticos do mundo inteiro, chamada The Graphic Imperative (Posters Internacionais pela Paz, Justiça e o Meio-Ambiente 1965-2005). São 120 imagens eloquentes criados por designers de lugares tão diversos como Jamaica, Suécia, Russia, Cuba, Irã ou Estados Unidos, e que comprova a força dessa mídia tão antiga. Ah, sim, e seguindo as novas diretrizes da AIGA, a exposição está inteirinha disponível online."

terça-feira, 8 de agosto de 2006

Mylo - novidade da sony



Comparado a maioria dos equipamentos da sony lançados nestes ultimos anos (alguém lembra do concorrente do i-pod que postei aqui?), o mylo é uma novidade surpreendente: um media player com MPEG-4, audio digital, e imagens. Também tem conexão WiFi e um teclado QWERTY, para usar com Google Talk e Yahoo Messenger (Sem MSN). Além disso tudo, ele ainda funciona, sem fio, como um Skype phone! E inclui um Opera browser. E pode trocar musicas (wirelessly) com outros mylos na área, a lá iTunes.

The mylo tem 1GB de flash memory, em um Memory Stick Pro Duo slot. A tela é de 320 por 240 pixel 2.4" LCD. Será vendido por cerca de U$350 quando chegar às prateleiras, em Setembro.

Se alguém tiver quase 1000 reais pra jogar fora, me dê um desses de presente =)

sábado, 5 de agosto de 2006

Ok Go!

Copiado descaradamente do cafeína (que anda muito muito bom)

Esta é a banda OK Go e eles são imperdíveis. O nome da banda já sugere movimento e o charme deles é esse mesmo, eles levam isso a sério. Há diversos clipes caseiros deles no You Tube, nos quais o forte é a coreografia kitsch, uncool, mas que no final diverte pra caramba. Veja esse, do mais cult até o momento, “A Million Ways”, diretamente do quintal da casa de um deles:



E os caras foram rápidos para aproveitar o sucesso nos bits do you tube. Lançaram um concurso de quem faz a melhor versão “+ caseira ainda” desse clipe:



Já tem diversos clipes caseiros disso, mas enquanto não tem um vencedor, lançaram o clipe de “Here it goes again”, na qual se superam:



Quanto tempo até isso virar propaganda?

Pra quem é lostmaniaco

O especial Segredos de Lost vai mostrar o universo que cerca a série mais popular do momento. O que há por trás da história, quais são as referências filosóficas, históricas, científicas, quais são as pistas secretas, como é o mundo que foi criado fora da TV em volta do seriado? Além disso, haverá um exclusivo caderno de 16 páginas lacradas, cheio de segredos. Os leitores que não querem saber como serão os próximos episódios não devem abrir o lacre. O especial, assim como o seriado, estará recheado de pequenas surpresas escondidas, feitas sob encomenda para os leitores mais atentos.Enfim, é um grande guia feito para aumentar a interação e a compreensão do leitor sobre a série.



Comprei. R$ 14,95. Coisa de viciado, mas enfim, a leitura está legal. Recomendo pra quem realmente gosta.

Construsul

Indiada maior é difícil

Pra começar, chegamos no terminal Parobé lá pela uma e meia, nos deparamos com uma fila quilométrica: deu pra duvidar que caberíamos todos. Ai foram 20 minutos de apertamento até a fiergs. A feira estava engraçada, muitos catálogos, algumas poucas novidades, alto padrão, e até coisas de mais baixo nivel, como acotovelamentos no estante da lorenzeti onde duas loiras tomavam banho coreografado no ultimo lançamento da linha de duchas (um sarro).

Depois, duas palestras canceladas, um seminário que era completamente fora do esperado, meia hora de espera numa parada a beira da auto-estrada com o pó alto, mais tempo até o centro, e diálogos cômicos no busão. Uma dor de cabeça terrível de brinde, e tempo perdido.

Pra comprovar que as coisas sempre podem piorar, e muito.

Mas ainda assim continuo de bom humor.

Só sei que, à construsul, não volto tão cedo.

sexta-feira, 4 de agosto de 2006

Il corso refinito ieri

Ontem acabou o italiano.
Saímos pruma despedida da turma, pois apesar de mais da metade continuar junto agora no segundo semestre (que começa dia 15), algumas pessoas estarão em outras turmas, em outros lugares.

Fazer uma lingua estrangeira é sem dúvida um privilégio de poucos (ainda que, neste caso, o valor seja bem em conta: 3 parcelas de sessenta e poucos reais no centro/rosário - ou oitenta e três se for na Sociedade Italiana) e vale muito: se conhece muita gente, pessoas diferentes e ao mesmo tempo muito parecidas, com interesses parecidos, é uma experiência e tanto.

O curso intensivo é muito puxado, ainda mais para quem trabalha o dia todo: não se tem tempo e estudar a lingua extra aula, e a carga de conteudo dado é muito grande: em 16 dias passamos um livro de aproximadamente 100 páginas, muitas tentativas de conversação (pode-se dizer que nesse primeiro nivel seja mais uma coisa de pronuncia solta) e noites de sono ferrado pelo cansaço do dia-a-dia.

Acabei me dando muito bem com o italiano. Tive um aproveitamento de 100%, ainda que sinta a necessidade de estudar um pouco mais alguns conteúdos vistos. E decidi que assim que chegar num nivel melhor, partirei para a quarta lingua da lista, provavelmente francês - ou espanhol (ou ainda polonês, que segundo uma prima tem de graça na braspol).

Neste semestre que encerra 2006 continuo cursando a língua dos meus antepassados, duas vezes por semana, aulas de uma hora e meia (e isso tudo sem concorrer com mil e uma pessoas nas poouquissimas vagas do nele).

Enfim, era pra ter falado de outras coisas, quando cheguei (ontem) estava especialmente inspirado, com vários assuntos que processei na caminhada pra casa, mas acabei vencido pelo cansaço. Fica pruma próxima. Abraços e ótimo final de semana pra todos. Um final de semana de construsul, ao menos pra mim e pra Tita.

terça-feira, 1 de agosto de 2006

O dedo de Deus

As voltas pra casa sempre são produtivas: posso viajar sem alucinógenos

Hoje presenciei uma cena egoísta, que me deu algumas idéias:
Se eu fosse um deus (com d minúsculo, obvio) criaria uma ferramenta humana coletiva, uma espécie de vingança divina, e chamaria de dedo de Deus (originalidade off)

Então sempre que alguém fizesse alguma malvadeza - descarada, desaforada, exagerada -
em nome de egoísmo ou outros sentimentos negros, qualquer outro que estivesse vendo poderia se munir desse dedo e punir, sem dó, com o pior dos castigos (pro momento).

Estariamos num mundo bem melhor...

Essa falta de fé e medo de punição divina, póstuma ou não, talvez seja uma das maiores dádivas (em certas questões) que o ser humano está alcançando. Mas ao mesmo tempo abre mão da compaixão, que nos falta, e que faria um bem talvez maior pra sociedade.

Amanhã explico...