terça-feira, 23 de setembro de 2003

Curioso.

Ninguém mais teve coragem de ligar para o Albert, nem mesmo para dizer que lamentava o ocorrido, ou pra saber como ele estava.

Eu entendo isso, pois até um tempo atrás eu mesmo não gostaria de receber uma ligação de alguém que sequer tem idéia do que eu estou sentindo pra me falar algumas palavras de consolo, solidariedade e apoio, pois isso parecia muito vazio.

Mas mudei minha maneira de pensar, porque por mais que nos pareçam vazias, as palavras de apoio demonstram uma coisa muito importante: a amizade.

Somente uma amizade muito forte consegue romper esse tipo de barreira. E se eu estivesse numa situação assim, eu gostaria que me ligassem para me dar apoio. Não pelas mensagens em si, mas por saber que por pior que esteja o momento, ainda tem alguém que se preocupa, que se importa, que quer compartilhar, mesmo que numa medida mínima, aquilo que você está sentindo. Alguém que sabe do sofrimento, e que gostaria que ele pudesse passar rápido, mesmo sabendo que isso não é possível.

Acho que esses acontecimentos me balançaram bastante.

Agora a pouco eu liguei pra casa, pra falar com meus pais. Já tinha dado a notícia triste, mas senti um vazio. Precisei ligar pra dizer que se alguma coisa acontecer, é pra eles saberem que eu amo eles demais.
Vai ser difícil tirar isso da cabeça tão cedo.

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