domingo, 28 de setembro de 2003

Alguns versos de Alberto Caeiro, com um grande beijo para a Érika, que apesar de sempre estar quietinha, anda espiando por ai.

ps.: Infelizmente não tenho muitos deles aqui, é apenas um trecho, talvez muito pessoal nos dias de hoje.

"Não desejei senão estar ao sol ou à chuva -
Ao sol quando havia sol
E à chuva quando estava chovendo
(E nunca a outra cousa),
Sentir calor e frio e vento,
E não ir mais longe

Uma vez amei, julguei que me amariam,
Mas não fui amado.
Não fui amado pela única grande razão -
Porque não tinha que ser

Consolei-me voltando ao sol e à chuva
E sentando-me outra vez à porta de casa.
Os campos, afinal, não são tão verdes para os que são amados
Como para os que não o são.
Sentir é estar distraido."

Se eu morrer novo
Alberto Caeiro/Fernando Pessoa

Nenhum comentário: