quinta-feira, 22 de junho de 2006

Pedras de calcutá - Parte II

"E tudo é proibido. Então, falamos."

Carlos Drummond de Andrade, "Certas Palavras"

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Sim, cheguei na metade do livro, e isso que o tempo me falta (ando trabalhando feito escravo de mim mesmo). Fica o início da parte II

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Mergulho II

Na primeira noite, ele sonhou que o navio começara a afundar. As pessoas corriam desorientadas de um lado para outro do trombadilho, sem lhe dar atenção. Finalmente conseguiu segurar o braço de um marinheiro e disse que não sabia nadar. O marinheiro olhou bem para ele antes de responder, sacudindo os ombros: "Ou você aprende ou morre". Acordou quando a água chegava em seus tornozelos.

Na segunda noite, ele sonhou que o navio continuava afundando. As pessoas corriam de outro para um lado, e depois o braço, e depois o olhar, o marinheiro repetindo que ou ele aprendia a nadar ou morria. Quando a água alcançava quase sua cintura, ele pensou que talvez pudesse aprender a nadar. Mas acordou antes de descobrir.

Na terceira noite, o navio afundou.

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Engraçado como esse conto me lembra de uma conversa, hoje durante o almoço, com a Tita!

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