O Chamado
“A noite já caiu há algumas horas, e depois de um final de semana que jamais deveria ter acabado, o telefone toca. Sem nenhuma hesitação, ele tira o aparelho do gancho, e o leva ao ouvido. Do outro lado, uma voz sibilante dá sua mensagem: Seven Days...”
Confesso que a comparação até pode parecer idiota, mas hoje, enquanto caminhava com a Mariana pela redenção observando a guerra travada entre partidários dos dois lados que disputam a eleição de Porto Alegre, me dei conta que faltam apenas 7 dias para a decisão do segundo turno.
A constatação pareceu com o filme de terror.
Apenas mais sete dias e o inevitável: decidiremos quem governa a cidade nos próximos 4 anos, de 2005 a 2008, e - apesar de tudo - somente no próximo domingo, aproximadamente nesse horário, saberemos o resultado.
Tudo porque essa promete ser uma das eleições mais disputadas dos últimos anos.
Não vou defender nenhum dos lados aqui. Não novamente. Não creio que isso altere o modo de encarar política ou de ver as coisas de qualquer pessoa que lê meus posts.
Mas há uma razão pra ainda escrever sobre o assunto: Fé no povo.
Nelson Rodrigues já dizia que a unanimidade é burra.
Então, viva a diferença de interesse e principalmente de opinião.
E por isso mesmo prefiro confiar em outro ditado: “Cada povo tem o governante que merece.”
Ou seja: independente de qual for o lado que estará no governo nos próximos 4 anos, todos teremos a responsabilidade.
Os que votam e os que não votam.
Os que vencem e os que são vencidos.
Os que cumprem seu papel de cidadão sem precisar da força do estado e aqueles que só fazem porque são obrigados.
Os que usam de trapaças por baixo dos panos e os que fazem vista grossa pra tudo aquilo que não é de seu próprio interesse.
Os que cobram e participam ativamente do processo democrático e aqueles que só esperam o tempo passar pra reclamar que não foi feito todo o necessário.
Democracia tem disso.
“A menos boa das formas boas de governo, e a menos má das formas más”
Só espero que no dia 31 de outubro, daqui a exatos 7 dias, todas as pessoas que ainda tem a obrigação social de exercer seu direito de voto (sim, que afirmação cômica!) saibam exatamente o que estarão fazendo. Ou ao menos acreditem no que estarão fazendo. Porque mais importante do que acertar (isso existe?), é acreditar que aquilo que se faz é o melhor pra si (em primeiro lugar?) e pro mundo (em segundo? ...certamente essa é a ordem).
Principalmente tratando-se de política.
Espero não estar arriscando minha fé à toa....
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