quarta-feira, 6 de outubro de 2004

Manifesto?



Depois de dias afastado da net e do blog, enfrentando mal-estares intermináveis, viajando, e cumprindo meu dever (e direito) de cidadão na eleição da administração municipal, aqui estou, de volta à ativa, mais informado (sobre vários assuntos) e indignado com a situação atual da minha cidade.

Sim, vou falar do segundo turno da eleição para prefeito de Porto Alegre.
Algumas coisas estão engasgadas.

Depois de vencer o primeiro turno da eleição com uma diferença de 10% sobre o segundo colocado, o candidato petista Raul Pont dificilmente conseguirá se eleger prefeito.

Parece que a história vista em 2002 na eleição para governador do estado se repetirá nas eleições municipais. Todos os outros partidos querem simplesmente tomar o poder das mãos do PT, numa tentativa desesperada de derrubar o governo que já dura 16 anos, e que além de modificar em muito a paisagem urbana e trazer mais democracia principalmente às classes mais baixas, ainda consegue ser exemplo em vários outros aspectos.

Motivos pra isso? Só posso ver um: é preciso quebrar a hegemonia antes que o partido se estabeleça de vez e não saia mais. Ainda mais agora que a situação econômica do País começa a se estabilizar (sim, ainda verei muita gente se dobrando para aceitar isso) e os resultados de tanta luta começam a ser colhidos.

É uma verdadeira pena que a população não seja politizada o suficiente para perceber certas coisas.
Mais que isso. Uma pena perceber que por mais que os resultados positivos existam, eles sempre ficam em segundo plano, encobertos por picuinhas ridículas, promessas pomposas, e supervalorização de pequenos pontos negativos que nenhuma outra gestão seria capaz de sanar.

Hoje eu vejo como uma boa aula de planejamento urbano bem assimilada pode mudar o ponto de vista de uma pessoa. Passei anos sendo antipático ao partido que estou defendendo aqui, mas aos poucos, principalmente dentro da universidade, fui vendo a importância de determinadas atitudes, de métodos de administrar,comecei a me interessar mais por política e, por fim, depois de mudar completamente de opinião e virar um defensor ferrenho do partido trabalhista, chego a conclusão que as pessoas merecem realmente a administração que elegem.

É uma pena saber que talvez dentro de alguns meses Porto Alegre tenha outro partido no controle. Adeus programas de incentivo, Adeus orçamento participativo. Adeus planejamento urbano consciente. Adeus obras públicas que ainda não foram concluídas..

Os problemas - sim, eles existem, ninguém pode negar isso - dificilmente irão embora. Nenhuma outra gestão se livrará da burocracia, da centralização excessiva, do descaso com certas áreas.

Bom, ainda restam algumas esperanças que as pessoas abram os olhos antes de decidir o que será dos próximos 4 anos de sua cidade. Olhem bem pra tudo que foi feito nesses 16 anos, procurem justificativas concretas pra seu voto e, na dúvida, assistam aos debates com um mínimo de olhar crítico.

E que Deus nos proteja, principalmente aos inocentes, aos desinformados, aos ignorantes, e aos sem consciência política.

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Ainda sobre política (sim, hoje é o dia! Me provocaram demais durante as ultimas 18 horas...)

É possível alguém votar num candidato apenas para que outro não ganhe? Ou que outro partido não ganhe? E mais, é possível fazer isso por simples preconceito, sem ao menos se perguntar: Tenho motivos concretos para tal? Porque estou fazendo isso? Porque devo votar nesse? Porque não posso sob circunstância nenhuma votar naquele?

E depois dizem que fanático é Petista....

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Ainda vendo certas esperanças minguarem, resta um ditado...

“Há males que vem pra bem. “

Quem sabe sofrendo um pouco as pessoas aprendam a abrir os olhos.

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E aos que não são partidários e/ou não gostam de política, desculpem, democracia e liberdade de expressão têm disso!

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