Não sei se me adapto ou se me apavoro: as pessoas andam cada dia mais hiperbólicas (será que a palavra existe? Se não existir, eis um neologismo). E esse comportamento deixa apenas uma sensação de falsidade, de vazio nas palavras.
Explico: hoje presenciei uma demonstração de afeto - uma declaração de amor e amizade, mais pra amizade - completamente carnavalesca. Um jeito afetado completamente descartável.
Me acostumei a condensar aquilo que eu sinto - e sinto a maioria das coisas de uma maneira tão intima, tão introspectiva e limitada - que tento demosntrar isso com meu comportamento, e nalgumas situações indispensáveis, com palavras, poucas, simples, com densidade.
Sei, existem pessoas diferentes, jeitos diferentes, sentimentos diferentes, e que muitas vezes significam a mesma coisa. Mas quando a necessidade de espalhafato é muito grande, fica visível que a aparência que o ato vai ter para o mundo todo, para todos que vêem de fora, é mais importante que o ato em si e que a pessoa que o recebe.
Me classifico entre as pessoas que, ao receber uma mensagem daquelas com carro de som, balões e escandalo, provavelmente romperia para sempre os laços...
Serei de outro planeta?
Um comentário:
Não, não és de outro planeta. Ou então, somos os dois...
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