(Mais uma do Caio ---> *trecho)
"A sanidade parece repousar amplamente, hoje, na capacidade para adaptar-se ao mundo exterior - o mundo inter-pessoal e o reino das coletividades humanas. Como esse mundo exterior humano está quase completamente separado do interior, toda percepção pessoal já apresenta graves riscos. Mas desde que a sociedade, sem saber, encontra-se esfaimada pelo que há de interior, as exigênciaspara se evocar a sua presença de maneira "segura", de modo que não seja preciso ser levada a sério, etc. são tremendas, e a ambivalência igualmente intensa. Não admira que seja tão grande o número de artistas que naufragaram nesses rochedos nos últimos 150 anos - Hölderlin, John Clare, Rimbaud, Van Gogh, Nietzsche, Antonin Artaud. Os que sobreviveram possuem qualidades excepcionais - capacidade para o segredo, o disfarce, a astúcia."
.:*:.
Lembra (em muito) alguns posts atrás.
Não é exatamente do Caio, mas (segundo a citação) de R. D. Laing, A política da experiência.
Mas fundamenta outra parte importante e interessante do conto, e fala muito.
Enfim, mais um livro acabado. Que bom, quero ler outro!
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