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segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
conselhos
Eu sei que você esteve distante e chorou e sofreu e que talvez a vida pareça agora madrasta. Tuas paixões e teus sentimentos parecem todos confusos e nada do que tu realmente queres acontece conforme planejado. Também sei que não preciso te falar que a vida é assim. As coisas sempre acontecem de uma maneira diferente da que desejamos e te dizer tudo isso só iria doer mais e mais e te deixar infeliz. O universo tem um ritmo próprio e ele nunca se ajusta ao passo de cada um de nós. Quanto mais diferente somos dos outros que perambulam por aí, mais facilmente nos taxariam de loucos ou depressivos. De sonhadores. Já ouvi dizerem que tu não sabes nada da vida, que teu jeito de lidar com os outros e esperar pelo melhor das pessoas te faz quebrar a cara a cada dia. Essa tua necessidade pela compreensão alheia, simulando um entendimento do outro que nem sempre é real, às vezes me parece hipócrita. Noutras me gera um desconforto no peito, uma vontade de te tomar no colo e te consolar e dizer pra parar de se angustiar desse jeito. Precisas mudar tudo. Fazer o teu próprio mundo e viver aquilo que gostarias já. A vida só depende de nós mesmos e apesar de parecer bem menos poético, ela é muito mais simples do que parece. Não, nem tudo é poesia, ou prosa. No dia-a-dia somos mais carne, mais lágrima, mais desejo, mais medo. Somos capazes de atos mesquinhos, vis. Eu sei que hoje e ontem, e em toda a última semana, tua ira esteve ali, percorrendo a superfície. Pude sentir no timbre da tua voz. Pude sentir naqueles instantes de silêncio onde o tempo quase pára e o momento interminável se quebra com um sorriso amarelo. Então teus olhos profundos entregam que nenhuma das histórias engraçadas que contas refletem o que está por trás. Até quando continuarás levando a vida assim? Até quando essa espera que relega tua própria felicidade ao acaso? Ao destino? A quem não veio? Deita e descansa tua cabeça. Dorme até as lagrimas secarem e o sofrimento ser esquecido. Não, não vai demorar tanto. Apesar de frágil o coração da gente remenda fácil. Sempre foi assim. Quem sabe num outro dia eu possa falar contigo novamente de todas essas amenidades sem o sorriso amarelo, sem o silêncio que constrange. Quem sabe esse conselho que te dou, e que certamente interpretará como crítica, um dia sairá dos teus lábios pra consolar meu coração em pedaços. Então vai ser reconfortante ouvir tudo isso dito por ti.
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4 comentários:
Bonito isso! Não sei se tem dono, mas me serviu o chapéu... Bom ler-te novamente! Au revoir, mon chér!
adorei! lindo! não sei para quem é, mas vou tomar como se fosse para mim! ;) se encaixa perfeitamente!
beijos!!
Parece que vc escreveu para mim. Quem sabe, foi - acho que de uma forma ou de outra eu deveria mesmo ler isso.
Lindo o texto.
Beijos, moço.
Viu só? Todo mundo com seu chapéu... hehehehe
Sobre substituir... é tão díficil, caro amigo, tão díficil... pincipalmente, quando os olhos do coração não obedecem a razão!
Beijos
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