quarta-feira, 29 de junho de 2005

O que eu não queria...

A gente nasce.
Vive alguns anos de uma infância doce.
Uma infância que, mesmo recheada de dificuldades, de tristezas, de um pouco de sofrimento, sempre será doce na memória, sempre será saudosa, pois apenas as memórias boas ficam realmente gravadas na pedra.

Disso me lembro bem. De todos os sonhos que tinha.
Tudo que queria ser quando eu crescesse.

Toda a magia que envolvia as escolhas, que envolvia as profissões que viamos no dia a dia e que eram tão fascinantes. Ou talvez parecessem fascinantes para uma criança de menos de 10 anos de idade.

O tempo foi passando, as escolhas mudando, as opções ficando mais escassas.
Mas os sonhos sempre eram épicos.

Queria ser grande. Queria ser importante.
De preferência mudar o mundo, gravar meu nome na história, deixar algo que transformasse a vida das pessoas.

Hoje, se não todo, ao menos um grande percentual dessa magia se dissipou.
Alguém pode dizer que eu sou o problema.
Que eu não sei mais ver o encanto das coisas. Que perdi a habilidade de seguir confiante em coisas que eu não vejo, não sinto, mas que de alguma maneira fariam meu mundo melhor.

E definitivamente eu não creio.

Nada que anos de calejamento e sofrimento e sacrifício pessoal não façam.
Por isso talvez eu tenha esses momentos de decepção com a vida.
Decepção com o estado das coisas.

Não consigo olhar pro futuro e acreditar que ele possa ser muito generoso comigo.
Até alguns dias atrás, eu acreditei. Mesmo quando tudo batia de frente. Sempre tive a visão positiva das coisas. Sempre tive esperança de que tudo podia dar certo, que as adversidades deviam ser previstas, mas que elas nunca iam me derrubar completamente.

Hoje já não sei. Já desisti de acreditar.
Hoje já deixei o tempo e o mundo mudar meus sonhos.
Já vi que todo esse esforço nem sempre vale a pena.
Ou talvez, nem por tudo ele valha a pena.

Outra herança da minha infância (e talvez da minha criação, e minhas experiências):
Sempre procurei ser a melhor pessoa possível com os outros.
Ainda acho isso certo. Porque é o que eu espero que as pessoas sejam comigo. Prefiria ter a iniciativa de ser legal pra depois esperar que as pessoas sejam legais comigo.
Costumava funcionar.

Agora me vejo formulando listas de gente que não vale a pena.
Gente que por mais que seinvista, ajude, seja generoso e legal, nunca são capazes de fazer nada pelos outros. Porque tudo que elas pensam é no próprio umbigo. Não estão ligando muito se o mundo todo desanda, pois não tem noção de que tudo que construímos aqui, construímos pra todos. E o que destruímos, perdemos pra sempre.

Isso me preocupa.

Agora olho no espelho, e descubro que não tive muito controle sobre a minha vida.
Que provavelmente não vou ter.
E que, além de não concretizar nenhum dos meus sonhos doces da infância, talvez ainda esteja me tornando algo que eu, definitivmanete, não queria ser.

quarta-feira, 22 de junho de 2005

Mensagem do Limbo.

O lugar é amplo.
Caótico, mas amplo.
Enevoado.
Todo branco.
E vazio.
Pensamentos mudam a paisagem, como se fossem desejos.
Ou como se estivessemos dentro de nossa imaginação.
Pode-se estar onde se quer.
Pode-se ter o que se quer.
Pode-se viver o momento que se quer.
E no entanto, não se quer nada.
Porque o vazio toma conta da mente.
Toma conta da vontade.
O desejo (vazio) é adormecer eternamente,
Um sono sem sonhos, quente, aconchegante.
Esquecer o despertar frio,
Esquecer os sofrimentos,
Esquecer mesmo as alegrias.
Hibernar. Dias. Semanas. Anos.
E retornar pra ver no que o mundo se tornou.
Porque como está hoje...
Melhor o Limbo.

.:*:.

Pozeh, estou no limbo
Por isso as poucas palavras
Trabalho das 8 às 18 no escritório
e das 20 as 2 (em média) em casa

As olheiras estão começando a aparecer
Espero que a gripe não me pegue de novo
E que o frio seja piedoso, pois não tenho estufa

A Eve me faz companhia
Dorme numa almofada do lado do computador
Ela está terrível
Apronta sempre que fica sozinha
Apesar de fazer tudo certo quando estou em casa
Mas ela carrega meus pensamentos ruins pra longe

Queria poder parar o tempo
Por vários dias
Queria dormir sem despertador
e poder jogar a caixa de lenços fora
Comer a comida da minha mãe
E ir ao parque tomar sol no domingo

Ler um livro bom com as pernas pro ar.
Ouvindo música.

Quem sabe em algumas semanas.

.:*:.

Porque as pessoas são tão moles?
Ou será que eu sou rígido demais?

Talvez...

quinta-feira, 16 de junho de 2005

Corrente do Bem (c)

* inspirado no post de ontem do Blog da Renata

É uma corrente dessas que rodam por mail, mas é criativa, e sobre livros, algo que sempre vale muito a pena (ainda mais pra quem é dependente literário)

.:*:.

1. Que livro quererias ser?

Essa é bem difícil. Pensei em Luís Fernando Veríssimo (Comédias da vida privada? Gula?), em meia dúzia de poetas (Quintana, Vinícius, Drummond, Cecília, Haroldo...), em livros de contos, de ficção, de fantasia... Mas acho que o mais completo, depois de tudo que vivi até aqui, é o "The Soulforged".

Sei que pouca gente conhece, mas é um livro que fala de um dos personagens que eu mais gosto em Dragonlance, Raistlin Majere, e conta toda a saga que o leva a ser uma das figuras mais impressionantes e importantes de todo o cenário.

O título se deve a uma comparação que é feita durante o livro: a alma é uma espada, que é levada voluntariamente ao fogo da vida e onde cada dificuldade é uma martelada no processo da forja. Se a alma resistir a todas as dificuldades sem quebrar, o resultado será uma lâmina afiada, e pronta para o uso.

Me identifico muito isso.

.:*:.

2. Já alguma vez ficaste caidinho(a) por um personagem de ficção?

Tah, como a Renata disse, a pergunta é um tanto exagerada.
Mas sim. Algumas vezes na verdade.
Particularmente, adoro as personagens das Crônicas de Dragonlance (tah, são muitos livros, eu tenho uns 20 e poucos...). Usha, Crisânia, Goldmoon...
Mas acho que quem me nocauteou mesmo foi a Laurana.

.:*:.

3. Qual foi o último livro que compraste?

Bah, faz um tempo que não compro nada (será? não lembro!!)
Mas acho que foi o "Digital fortress", do Dan Brown (ou um de tarot, sem certeza.. =)

.:*:.

4. Que livros estás lendo?

Elminster in Hell - Ed Greenwood. A alguns meses...
Almanaque anos 80 - Luiz André Alzer e Mariana Claudino. Ótimo...
Antologia Poética - Vinícius de Moraes

Todos salpicados...

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5. Que cinco livros levarias para uma ilha deserta?

- Dragonlance Legends (War of the twins, Time of the twins, Test of the twins) - Margareth Weis e Tracy Hickman

- Raistlin Chronicles (Brothers in Arms e The Soulforged) - Margareth Weis e Tracy Hickman
(nesses dois titulos, roubando feio, já levei os 5 livros... mas considerando que cada livro é de bolso e contém uma história incompleta, vamos a mais 3:)

-Um livro de crônicas do Luís Fernando Veríssimo, de preferência bem grosso, como o último Comédias da Vida Privada

-Incidente em Antares (ok, só um do Érico é pouco, mas esse é um dos que mais gostei!)

-Algum de poesia, de preferência uma dessas coletâneas, com poemas selecionados.

.:*:.

6. A quem vais passar esta corrente e por quê?

A quem ler este post. Porque a Renata começou!

.:*:.

Obs.:Fui uma overdose de Dragonlance.
Pozeh. Definitivamente os melhores livros que já li são sobre isso.
Preciso diversificar =)

quarta-feira, 15 de junho de 2005

Manifesto contra o mundo...

Nestes tempos difídeis as coisas andam fora de controle.
O custo de vida tem subido descaradamente.
Cada mês me apavoro mais, não sei onde tudo isso vai parar.
Os preços dos bens de consumo sobem. Os serviços ficam mais caros.

E Porto Alegre deve ser top em custo de vida.

Qualquer dia abro falência....

Saudades da infância quando nenhuma dessas preocupações me afetavam
Quando a vida era azul. E doce.
E o sofrimento passava despercebido.

E o peso das escolhas cada vez aumenta mais.
é a vida....

O pior é que sempre achei triste a situação trabalhar-para-ter-o-que-comer-hoje-e-nada-mais.

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Bebida é água
Comida é pasto
Você tem sede de quê?
Você tem fome de quê?

A gente não quer só comida,
A gente comida, diversão e arte
A gente não quer só comida,
A gente quer saída para qualquer parte,

A gente não quer só comida,
A gente quer bebida, diversão, balé
A gente não quer só comida,
A gente quer a vida como a vida quer

A gente não quer só comer,
A gente quer comer e quer fazer amor
A gente não quer só comer,
A gente quer prazer pra aliviar a dor

A gente não quer só dinheiro,
A gente quer dinheiro e felicidade
A gente não quer só dinheiro,
A gente quer inteiro e não pela metade

Necessidade e vontade
Necessidade e desejo
Necessidade e vontade
Necessidade e desejo
Necessidade e vontade

Refrões de Comida - Titãs

.:*:.

Mas a vida segue.

terça-feira, 14 de junho de 2005

de uma mente sem lembranças...

"Constantly talking isn't necessarily communicating."

"Valentine's Day is a holiday invented by greeting card companies to make people feel like crap."

"Why do I fall in love with every woman I see who shows me the least bit of attention?"

"I could die right now, Clem.
I'm just... happy.
I've never felt that before.
I'm just exactly where I want to be."

"Can you hear me? I don't want this anymore! I want to call it off! "

"How happy is the blameless vestal's lot!
The world forgetting, by the world forgot.
Eternal sunshine of the spotless mind!
Each pray'r accepted, and each wish resign'd..."

Se alguém tiver mais.... me mande.

*ainda compro o special set do dvd...

segunda-feira, 13 de junho de 2005

Cavalgada das Valkirias

Nada mais difícil do que suportar a dor da perda.

Esse final de semana, mais uma pessoa querida e próxima nos deixou.
D. Isis, a vó da Mari.

Que os anjos a levem direto aos braços de Deus.
Era onde certamente ela gostaria de estar, e de onde vai olhar por todos os que ficaram por aqui.

sexta-feira, 10 de junho de 2005

Da série novela das oito é tudo igual....

...e sempre apela o máximo possível, os quadrinhos malvados de hoje:

Entrem na campanha "Jatobá bom é jatobá mudo"...



.:*:.

Aproveitando a deixa:

A televisão brasileira está cada vez pior.
Definitivamente estou precisando de dicas sobre o que ver na tevê aberta que não provoque nauseas, vômitos e cefaléia.

Domingo foi um dia trash, ficamos trocando de canal entre o Gugu, o Faustão, o Netinho...
Deus, oh Deus...
será que sou só eu?
ou há mais pessoas revoltados com a programação de final de semana?
(leia-se: a população é tão ignorante que assiste a isso sem reclamar?)

Fico indignado.

Talvez por isso não tenha o menor costume de ligar o dito aparelho em finais de semana, e sempre que possível faça alguma cosia diferente com meu tempo, mas sempre existem dias frios, dias impróprios pra se sair de casa, dias de trabalho...

E durante a semana?
Fora alguns poucos programas específicos, é tudo porcaria.
Se eu não fosse um pobre arquiteto que se mata pra sobreviver (as contas cada dias mais altas) eu pagava uma assinatura a cabo.
O inconveniente é que eu dormiria menos e aproveitaria menos o sol de final de semana... ous eja, que bom que dinheiro não dá em árvore.

Mas ainda assim fico com pena de toda aquela massa que fica vidrada em frente à telinha.
Definitivamente ver tv no Brasil emburrece. Muito.

terça-feira, 7 de junho de 2005

Gula...

Pecado. Ânsia. Instinto.

Incrível como o Luís Fernando Veríssimo é fácil de ler, não dói, surpreende e fascina.

Acabei de ler o "Gula - o Clube dos Anjos", que a Renata me emprestou.

"Guardem esse momento. Um dia nos lembraremos dele e diremos: foi nosso melhor momento. compararemos outros momentos das nossas vidas com ele e diremos que nunca mais fomos assim, exatamente assim. Nos saciaremos de novo, por certo, pois essa é a benção do apetite. Não é todo o dia que se quer ver um pastoso Van Gogh ou ouvir uma crocante fuga de Bach, ou amar uma suculenta mulher, mas todos os dias se quer comer, a fome é um desejo reincidente, é o único desejo reincidente, pois a visão acaba, a audição acaba, o sexo acaba, o poder acaba mas a fome continua, e se um fastio de ravel é para sempre, um fastio de pastel não dura um dia"

Agora vou procurar por outros títulos dele, como "O jardim do Diabo" e "Borges e os orangotangos eternos".

Ler definitivamente é uma das minhas maiores paixões.

segunda-feira, 6 de junho de 2005

Cheguei tarde (do banco), e meu horáriod e almoço já está acabando...
Mas queria postar!
então jogo um malvados aqui, e de noite completo!



E boa semana a todos!